Abri os braços, deixando-os bem estendidos, suspensos no ar.
A brisa gelada bateu em minha pele exposta e eu fechei os olhos.
Ao longe, era possível ouvir-se os ruídos dos carros em movimento; ao redor, ouvir-se o farfalhar das árvores e o cantarolar dos pássaros. Senti meus pelos eriçarem-se com o estrondo de um trovão raivoso bem acima da ponte onde eu me encontrava. Minhas pálpebras fechadas encontraram a claridade por alguns milésimos de segundos quando um relâmpago silencioso se propagou pelo céu. Mexi as pontas dos meus dedos e desejei poder abraçar todo o globo terrestre com aquele simples ato, sentindo os músculos dos meus ombros começarem a dormir.
A dormência é incômoda para qualquer um, menos para alguém como eu. Continuar lendo “Por todas as cores que tenho”